Total de visualizações de página

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Infinitos ecos

                                                               Fonte: Internet





Dá-me um papel, areia, vento...
Um sentimento,
Para escrever no tempo,
Contra a luz, ao relento,
Ao ar livre, trancado no convento,
Qualquer que seja o instrumento.
Uma palavra vinda do silêncio,
Do abafado grito,  no escuro,
Para acolher e desnudar o encoberto,
Sob o grão maduro.
A areia, a gota,
Para eu fazer um rio.
Desfazer o avesso do deserto,
Para tocar por dentro, por perto,
O que é distante,
O que é instante certo.
Dá-me o que é do  rio sempre,
O mar, antes mar aberto,
Agora estrangulado em golfos,
Península, pensamento
Todo descoberto...
Mapeado, decifrado,
Interrompendo o naufrágio no infinito...
No infinito leito, onde reverberam ecos 
Das palavras de lamento.
Dá-me um papel, areia, vento... 



Autor: Valéria Áureo e Zoberto Áureo ( alguns versos ao telefone)