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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Meninas deitadas na relva



                                                                    Ilustração: Internet



Deitadas na relva 
As meninas olham 
E apontam  o  céu...
                                                                           
Um quadro em branco de nuvens;
Um quadro azul com borrões;
Um quadro vazio de cores;
Um quadro cheio de rumores.
As meninas deitadas na relva
E a cor que suportam ver:
Verde de selva?

Fica explícito no vazio
O que inventam no espetáculo
De cores pintadas de branco,
No absoluto branco, o oráculo
- Querer ou não querer ver: estrelas?
Sol, espuma, estátuas no ar,
Mar e barco?...
Naquilo que não tem mácula.

Tereza não vê nada:
Nem obra e nem criação;
No invisível não há nada...
Não há quadro.Não há clarão;
Há uma montanha de algodão.
Bruna vê além da luz a escuridão;
Amália vê o vermelho, a fagulha
A agulha na malha do inesperado
- Brum!Trum! Tudo apagado.
E todas veem o raio
E todas ouvem o trovão. 


Autora: Valéria Áureo
27/11/2014


sábado, 22 de novembro de 2014

Violetas

                                                             Ilustração: Internet


Ela inventou uma máquina de fabricar violetas;

Não se sabe como o fez.

Não se sabe que peças usou no engenho.
Ouvi dizer que são lágrimas.

Do instrumento brotam lindíssimas violetas

Em cascatas, ininterruptamente...

Com elas coloriu as escadas das casas,
o céu, as nuvens com empenho...
Todos os planetas.

Embora a cidade inteira ficasse feliz
E calma,

Para sempre lhe ficaram imperecíveis

Nódoas roxas - flor de lis

Na palma
Das mãos

E na alma.



Autora: Valéria Áureo

22/12/2014
Ilustração: Internet

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Ah! Beatriz!...




- Ah! Beatriz  
O que me diz?
Diz que sim!...
Vamos para Quixeramobim,
Nos confins do Ceará?
Mais perto, mais longe?
Para Londres, ou para Berlim...
Um terno de risca de giz
Dans La Place de Paris.
Vamos para Maracangalha,
Em São Sebastião do Passé?
Um sorvete coloré?
A escolhida foi você!
Juro! Não procuro Anália,
Deixo de lado a bojarda,
Guardo a féria para a feira
Largo a vida de carona,
O salário - dou na mão-
Não uso chapéu de palha,
Nem bebo no botequim
Na Ladeira de Lisboa, 
Na Ilha Senhor do Bonfim...
Não fico mais à toa,
Nem arrumo confusão.
Nem ando na contramão...
Nem me banho na garoa.
Vamos? Vamos, Beatriz...
Vamos, então para Minas!
Vamos para Leopoldina?
Tocar saxofone na praça,
Vamos rir e fazer graça...
Rezar na Catedral
Pedir a São Sebastião,
Que abençoe, por favor,
O nosso doido amor.
Que tal o Espaço dos Anjos?...
Responde logo, Beatriz!
Embora - ser feliz.

- Não digo que sim
Nem digo que não!
Eu tenho outra opção?
Leopoldina, Leopoldina!...
Oh!Tentação...                                     

                                                     
Autora: Valéria Áureo

sábado, 1 de novembro de 2014

Hospedo-me em ti



                                                             Ilustração: fonte- Internet
                                            

Hospedo-me em ti

- Harpa, ou cítara plangente-

Busco alento que agasalha,

Carícia suave e ardente.

Notas eufóricas ou silentes:

Sol, La, si...

Compassos... Teus passos,

Cordas, 
Tu acordas.

Fio de navalha...

(Palavras

Úmidas de orvalho).
Hospeda-te em mim.

Autor: Valéria Áureo
                          01/11/2014