Em abril
deste ano pensei que iria morrer
Sem conhecer
o Rosedal de Montevidéu.
Tratei de
conhecê-lo antes que...
Servi-me da
cor champagne no ar
Lilases nos
olhos e rubores nos lábios...
Atrás do
véu.
E aguardei a
guardiã do Rosedal
(Com seus
alfarrábios)
- Minha
convidada - com um sorriso.
Ela,
desavisada, não veio ao meu encontro;
No Uruguai
ela serviu-se de outras exuberantes flores
E me deixou,
sob o chapéu azul,
Um mar de
rosas, pétalas sobre pétalas.
Em abril
deste ano pensei em ver o Rosedal Del Prado...
Tratei de
conhecê-lo antes que...
Pensei
roubar rosas para ornar meus cabelos
No paraíso.
Ora! Impossível apanhar as rosas sem contemplar espinhos,
Mas ainda
não conheço do Rosedal Del Prado.
No caminho
Entre mim e o Rosedal
Entre mim e o Rosedal
Cruzam os
continentes as primaveras...
E eu
permaneço espreitando paisagens no inverno
De minha
inércia. Permaneço ainda que...
A espera.
E pouco ou
quase nada saio.
A partir de
então,
Nada dura
mais que tantas horas...
Muitas horas...
Eternidade de um desmaio!
Sou outono,
outono no coração do Rosedal
De minha
imaginação.
Mesmo que
não venha mais ninguém ao meu encontro
Com rosas
Em outubro
envelhecerei sessenta anos,
Com ar jovial
De um
pequeno botão do Rosedal.
Autora:
Valéria Áureo