A
estas horas já deveriam estar lá, sentados,
Perdidos
na noite como dois androides.
Ambos
conectados por uma fibra ótica.
Almas,
sistemas e corpos ligados,
Ela
ficando neurótica.
Como
todo dia,
Diante
da tela do computador.
Dois
humanoides compartilham a dor.
Olhos
de verão, boca de fera.
Em
longos minutos de espera.
Corpos
quentes e boca adocicada
Com
palavras de amor...
Robótica!
I Love!...
Assim
era – sem pudor –
O
começo da paixão,
O
experimentar do amor.
Exato e
perfeito como um robô.
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Uma
hora inteira, sem tocar a tecla
Tela
iluminada, acesa:
Plasma,
gelo e metal que arde.
É
noite de espera. Tão tarde!
Um
apagão! Bip... Alarde!
Os
olhos e dedos não se dão
E
logo as horas se vão...
O
encontro era às nove
No
antigo computador.!
No
vai e vem das mãos - Não!
Asterisco
a laser e interrogação;
Corpo
quente e boca ácida
Com
palavras de rancor e neon.
-
Que Maldição!
-
Estamos sem conexão!
Ele
ficou ali, extasiado,
Até
se convencer de que nunca mais a veria.
Está
acabado! Sem luz. Sem bateria!
Noite
longa. Noite triste e fria...
A
ausência tinha sido tão perene,
Quanto
a falta inesperada de energia.
Dor
no coração...Sirene! Bip!...
Noite
sem conexão!
Raio
rascante como um asteroide.
Ah!
Os inevitáveis desvios do caminho,
da
luz apagada,
A
queda do sinal da Internet.
A
tíbia conexão da paixão: - quem diria?-
Promessas,
saudades em vão
-
vingança da máquina desligada -
Socorro!
Pane!... In Off!
Catástrofe!
Fora
de operação.
No
céu brilha um astro
Sistema
operacional não encontrado.
Esperança
limítrofe! Sem senha.
Bate
no peito o coração humanoide...
In
Love.
Urgente:
- Resert –
Por
favor, um expert!
Recuperação
do sistema Androide!
Autora:
Valéria Áureo