Total de visualizações de página

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Se tanto



                                                              Fonte: Internet

Se a ama e tanto

Perca- se no seu encanto,

Não apenas porque ama,

Fantasiosa - mente como num conto...

Não apenas, por enquanto.

Ache-se: um encontro,

Enquanto a ama

Se tanto.


Autora : Valéria Áureo
21/01/2015

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Montanhas do Espírito Santo


                                         Fonte: Internet

Faço orações diante das pedras...
Pedras de altares -  eu na estrada.
Elas nas montanhas; elas de norte a sul...
Elas, mais humildes que eu, prostradas...
Acolhem silentes a minha súbita chegada.

Melhor lugar não há para falar com Deus:
Entre as plantas, matas de Itaguassu;

 Nos ares distantes da infância
De meu pai menino em São Mateus...
Sei que a pedra não é fria como me parece
- é mármore, que o menino nunca esqueceu.

Do Frade e da Freira o granito arquiteto,
Acolhe do meu pronunciado soluço, o eco.
Cálida, a minha alma aos poucos arrefece.
É a pedra que a vida inteira distante
Em mim toca e ao menino aquece,
E anuncia tímida e constante
Com um rochoso e plúmbeo manto
A chegada de meu pai ao Espírito Santo.

Autora: Valéria Áureo
To: Zoberto Áureo de Souza

sábado, 10 de janeiro de 2015

Coração

                                                                             Fonte: Internet





Furta meu coração,

              Roubo... Furta-cor em ação.

Mar de viração,

              Vinha na correnteza;
Brisa suave pra terra,
Em minha direção.

Sentimento do mar oriundo:
Amor, ternura, paixão?...
 

              Eu não tinha certeza

Se armado com um arpão.

             Furta meu coração,

Saudade e conspiração,
Perfume guardado em ânfora. 

            Corrente e cadeado, 
Dos segredos do mundo,

Levando a sua leveza

            Pesada na incerteza
Da contradição.

Costado, mergulho e âncora

           Navio... Tampa de alçapão
Das águas do mar profundo:
Despressurização.



Autora: Valéria Áureo
10/01/2015

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O Papel do Livro



     


O Papel do Livro na Cultura Brasileira

O papel do livro é folha ou árvore,
Escultura da fala.
Faz-se verbo, faz-se fruto...
Viva fornalha em brasa,
Tão ardente quanto a casa
No silêncio de quem lê.
Livro lido, sentido explicado
Faz-se vivo, faz-se verde
Povo e gente marchando
Na tessitura do mapa.
É degrau, é escada, é a espiral da estrada...
É pão, é machado, a enxada e a espada.
É tijolo de palavras, armado...
O livro papel, virtual ou matéria
De cerne e espírito livre, é povo, é cultura
É escola, é escolha e razão;
É luva que aquece a mão...
Esculpido em argamassa de letras
Soma sons, uníssono hino, é progresso.
Lustre das mentes, comida...
É celulose, é raciocínio,
Ponte que liga dois lados,
Sangue, lágrima, obra e decisão
Eternizados na forma...
Estratifica a história, a língua
Unifica os filhos da pátria
Em moldes de grandes homens.
Arma todo menino
Com o discurso da paz...
Faz entoar o canto da glória
Em primeiro Brasil.
Livro lido, sentido... Explicado...
Sem o livro a bala mata.

Autora: Valéria Áureo

Texto premiado e publicado na 
Coletânea: Academia Brasileira de Letras e Folha Dirigida 
2002
Reedição