Em meus momentos tristes, nem falo.
Se num instante tenho abatida a fronte,
Se ouço de mim maliciosos rumores, me calo...
Mesmo que pareça covardia, ou engano de infante.
E tudo é neblina em muros que escalo...
Vejo quanto preciso crescer e ser um gigante;
Quando a vida dá ou toma, fico constrangido,
Revivo, resisto, esmoreço e tombo ofegante.
De pouco em mim as forças, ergo-me abatido,
Procurando coragem, altivez; o prumo a nado.
Eu me edifico e enfrento o fatal destroço.
O temor em que me abrigo e me faz tímido,
Nada mais é que inocência. Apanho e amadureço...
Entrego-lhe, ó maturidade, meu coração de moço!
Autora: Valéria Áureo