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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Coração de moço




ILUSTRAÇÃO: INTERNET




Em meus momentos tristes, nem falo.

Se num instante tenho abatida a fronte,
Se ouço de mim maliciosos rumores, me calo...

Mesmo que pareça covardia, ou engano de infante.

E tudo é neblina em muros que escalo...

Vejo quanto preciso crescer e ser um gigante;
Quando a vida dá ou toma, fico constrangido,
Revivo, resisto, esmoreço e tombo ofegante.

De pouco em mim as forças, ergo-me abatido,
Procurando coragem, altivez; o prumo a nado.
Eu me edifico e enfrento o fatal destroço.

O temor em que me abrigo e me faz tímido,
Nada mais é que inocência. Apanho e amadureço...
Entrego-lhe, ó maturidade, meu coração de moço!

Autora: Valéria Áureo