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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cálida Mão






                        
Há uma cálida mão
Repousando em meus curvados ombros.
Diáfano suporte,
Posto ali por sorte.
Translúcido afago e desejo,
Etéreo bálsamo dos anjos,
Que me ajuda a erguer o peso
E a suportar os anos.


Há horas que a mão é visível,
No sonho, ou nas minhas chagas...
Tem sempre um lenço acessível,
À mercê de minhas lágrimas.
Há horas que a mão é ventania,
Pronta a desfazer mágoas
E a dissipar melancolia.


Há horas que me toca suavemente,
Recompondo do meu rosto os escombros,
Fazendo-se uma brisa ardente,
Fazendo-se um abraço distante.
Fazendo-se amor constante,
Fazendo-se o olor das rosas...
Como se pássaro fosse,
Como se ave voando...
E me alivia as dores
Em permanência branda.

Há uma cálida mão,
Plena de candura, abençoada...
Repousando em meus curvados ombros,
Lado a lado aos meus.
Não sei se é a mão de Deus,
Não sei se a mão de minha amada.

Valéria Áureo
To: Vanessa B. M.
Livro de Poesias: "Sentimento disponível"